Debate: temas atuais do cineclubismo brasileiroUma coisa não se discute: existe um movimento de cineclubes no Brasil. Em vários Estados, projetando películas, exibindo vídeos, produzindo filmes, reunindo cineclubistas com muitos anos de experiência e uma nova geração que chega cheia de gás para inovar, subverter, criar. Outra coisa que parece inquestionável é a importância do momento que esses cineclubes vivem. Mais que em qualquer outra época, depois de um longo processo de democratização – que precisa continuar – o Estado brasileiro se mostra permeável à demanda dos setores culturais. E também como nunca antes, o conjunto de setores e instituições que compõem o Cinema Brasileiro, mostra-se organizado e, no essencial, unido na sua luta permanente pelo espaço cultural e econômico nacional. É fora de dúvida que os cineclubes têm um papel fundamental a cumprir nessa luta. E parece clara a disposição da maioria deles, que já trava essa batalha na sua atuação local. O que não é tão evidente é a maneira de atingir esses fins, os instrumentos, as formas de organização – e as formas de controle democrático dessas eventuais organizações. É preciso avançar propostas, avaliá-las, discuti-las, e finalmente implementá-las. É necessário estabelecer denominadores comuns que atendam aos interesses do conjunto das entidades, resguardando a particularidade do trabalho e dos objetivos de cada uma. Isso se faz fundamentalmente com troca de experiências e discussão de idéias e propostas. Sem o debate franco de suas diferenças os cineclubes não conseguirão construir uma unidade. Com o embaraço e a imprecisão que me conferem a distância do País, mas com a insofismável vantagem de não disputar cargos ou benefícios, vou colocar aqui alguns textos para alimentar esse debate e convido todos os cineclubistas e interessados a trazerem sua própria contribuição.
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